Ronco
O ronco pode parecer pouco mais que um aborrecimento, mas pode ter efeitos a longo prazo no corpo. Como o ronco é causado pelo fluxo de ar interrompido ou bloqueado, isso significa que seu corpo deve trabalhar mais para oxigenar o cérebro enquanto dorme.
Além disso, o ronco pode fazer com que você acorde inúmeras vezes todas as noites, prejudicando a qualidade do sono (1).
O ronco crônico pode aumentar consideravelmente seu risco de pressão alta, assim como ataque do coração e derrame (2).
Embora existam máquinas de respiração, técnicas, medicamentos e outros produtos para se livrar do ronco, a alimentação adequada e prática de exercícios, ou seja, a perda de peso é o mais indicado para manter inclusive a saúde (3).
Afinal, a principal causa do ronco em adultos é a obesidade ou sobrepeso. Porém, não são só os obesos que roncam.
Outro agravante é a idade. Já que a medida em que envelhecemos, há uma grande perda de tonicidade muscular, o que gera flacidez na garganta e prejudica a passagem correta do ar.
Além disso, o consumo de álcool ou remédios, hipertrofia das amídalas, desvio de septo e sedentarismo também predispõem as pessoas a roncar.
Pessoas com peso normal também podem roncar ou ter apneia. Ou seja, pequenas pausas na respiração durante o sono por causa do formato da cavidade oral.
Além disso, boca muito estreita ou mandíbula menor que o comum também pode ser um agravante.
Apneia Obstrutiva Do Sono
A apneia obstrutiva do sono é um distúrbio do sono potencialmente grave. Isso faz com que a respiração pare e comece repetidamente durante o sono.
Existem vários tipos de apneia do sono, mas o mais comum é a apneia obstrutiva do sono.
Ela ocorre quando os músculos da garganta relaxam intermitentemente e bloqueiam as vias aéreas durante o sono. Sendo assim, um sinal perceptível de apneia obstrutiva do sono é o ronco.
A apneia obstrutiva do sono (SAOS) afeta adversamente múltiplos órgãos e sistemas, com particular relevância para a doença cardiovascular.
A resistência à insulina, assim como a inflamação sistêmica, deposição de gordura visceral e dislipidemia, também estão presentes em outras condições intimamente relacionadas à SAOS, como a obesidade e a redução do sono.
A perda de peso pode ajudar em relação à SAOS.
Ajuda a reduzir a gravidade da doença e ameniza as anormalidades cardiometabólicas comuns, a ambas as doenças.
O ronco acompanhado de apneia do sono torna o descanso precário, e com isso a sonolência diurna é quase uma constante.
Uma vez sonolento, as consequências são: irritabilidade, mau humor e baixa produtividade, por exemplo.
Excesso De Peso E O Ronco
A obesidade é considerada um importante fator de risco para o desenvolvimento e progressão da SAOS, e consequentemente propensão ao ronco (4,5,6,7).
Isso porque a prevalência de AOS em pacientes obesos ou gravemente obesos é quase o dobro de adultos com peso normal. Existe uma associação entre o excesso de peso e o ronco.
Além disso, pacientes que roncam leve ganham 10% de seu peso basal. E estão em um risco seis vezes maior de progressão da SAOS. Por isso, a perda de peso equivalente pode resultar em uma melhora de mais de 20% na gravidade da doença (8).
E mais, a maior prevalência de SAOS em indivíduos obesos não se limita aos adultos. Dados recentes mostram que crianças obesas têm uma prevalência de 46% de SAOS quando comparadas com crianças atendidas em uma clínica pediátrica geral (33%) (9,10).
Crianças e adolescentes com SAOS têm mais de seis vezes mais risco de ter síndrome metabólica, quando comparados com crianças e adolescentes que não apresentam essa doença, por exemplo (11).
Esses estudos destacam a necessidade de desenvolver triagem e prevenção para essas condições, mesmo na infância.
É possível que a obesidade possa piorar o ronco devido à deposição de gordura em locais específicos.
O acúmulo de gordura nos tecidos que circundam as vias aéreas superiores, por exemplo, diminui a capacidade das vias aéreas superiores, predispondo ao ronco (12,13).
Além disso, depósitos de gordura ao redor do tórax (obesidade troncular) reduzem a complacência torácica e a capacidade residual funcional e podem aumentar a demanda de oxigênio (14).
Controlar O Ronco
Pessoas com apneia obstrutiva do sono também podem queixar-se de problemas de memória. Assim como, dores de cabeça matinais, alterações de humor ou sentimentos de depressão e necessidade de urinar frequentemente à noite.
O mais indicado para diminuir os sintomas da apneia obstrutiva do sono e do ronco, é a perda de peso.
E para se perder peso só existe uma fórmula, o controle alimentar associado aos exercícios físicos regulares.
Controlando o ronco, você consegue dormir melhor, com sono reparadores, e se mantém mais disposto durante o dia para manter alimentação e a prática de exercícios físicos.
FONTE: Doutor Juliano Pimentel