Um diagnóstico inicial feito à distância que pode agilizar o tratamento do câncer de pele, que é responsável por quase 1/3 de todos os tumores malignos no país. Essa é a teledermatologia. Na tela do computador, fotos de todos os cantos do Brasil. Elas chegam por e-mail e aplicativos de celular.
“Começamos a perceber que muitos pacientes que chegavam no hospital tinham lesões de câncer de pele em estágios avançados. Lesões grandes que poderiam ser facilmente diagnosticadas com a ajuda da teledermatologia”, explica o médico Carlos Eduardo Goulart Silveira.
As imagens são enviadas por profissionais de saúde do SUS (Sistema Único de Saúde) de 650 cidades, que receberam treinamento no Hospital de Amor de Barretos, no interior de São Paulo. O profissional (enfermeira, médico) bate a foto da lesão e encaminha para o hospital. Os médicos analisam a lesão e, se for suspeita, encaminham uma data para o paciente ir até Barretos.
Desde que o projeto foi criado, o departamento recebeu mais de 20 mil imagens e 6.400 pacientes foram diagnosticados com câncer de pele. Os médicos perceberam que a avaliação pelas fotos aumentou as chances de encontrar a doença ainda no estágio inicial, quando o tratamento é mais simples e a chance de cura é maior.
“O principal objetivo é dar acesso ao paciente a um tratamento adequado, especializado. Diminuir custo de tratamento, tanto para o hospital quanto para o paciente. Evitar viagens desnecessárias e principalmente fazer um diagnóstico precoce e aumentar a sobrevida do paciente”, completa o médico.
Diagnóstico inicial de câncer de pele tem 100% de chance de cura.
O aposentado Jaime José Fernandes passou pela teledermatologia. A foto suspeita de um tumor no nariz chegou ao hospital de Barretos em outubro do ano passado. Na primeira consulta, foi diagnosticado o câncer. Há poucas semanas, ele passou pela cirurgia.
Câncer de pele
O câncer de pele é silencioso, não tem dor, não tem sintoma e pode ser descoberto num olhar. Por isso, ser o detetive do próprio corpo é muito importante e pode prevenir a doença. O autoexame deve ser feito a cada seis meses. Procure por pintas, casquinhas, feridas que não cicatrizam e lesões que sangram espontaneamente.
Mas vale lembrar que nem toda pinta é câncer. As sardas, por exemplo, nunca se transformarão em câncer. Mas é preciso ficar atento em pintas que não existiam até os 25 anos, pintas escuras, irregulares, que crescem e coçam.
Fonte:AlfenasHoje