Sentir pés e pernas inchados no verão pode ser um sinal de alerta. Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro (SBACV-RJ), as temperaturas quentes elevam em 20% a 30% o risco de doenças vasculares, já que o calor faz com que as veias se dilatem e ainda aumenta a pressão vascular exercida sob os membros inferiores.
“Quando as válvulas que ajudam a circulação a fluir de baixo para cima não funcionam, o sangue se acumula nas veias das pernas, fazendo com que fiquem sobrecarregadas e dilatem. O calor facilita essa situação”, explica Breno Caiafa, presidente da SBACV-RJ.
Pessoas que têm varizes devem estar ainda mais atentas, já que são mais vulneráveis à doença venosa crônica, marcada pela incapacidade das veias das pernas de bombearem sangue suficiente para o coração, o que facilita o aparecimento de edemas, úlceras varicosas e trombose.
Tais mudanças são capazes de piorar quadros já existentes de doenças vasculares, mas também podem desenvolver disfunções do gênero em quem nunca as apresentou.
Tipos de problemas circulatórios
O angiologista Julio Peclat, diretor de publicações da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), explica que problemas circulatórios podem ter origem arterial, venosa e linfática.
A primeira refere-se a doenças que afetam as artérias, como ateroesclerose, que é o entupimento dos vasos por placas de gordura, o que pode levar a um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e infarto.
A segunda é a venosa, que afeta as veias do corpo. Seu exemplo mais comum é a trombose venosa, condição caracterizada pela formação de um coágulo de sangue.
O último exemplo é a doença linfática, que afeta o sistema do corpo responsável por transportar a linfa, líquido transparente que serve para equilibrar as células. Há diversos tipos de doenças do gênero, sendo a mais conhecida o linfedema, que é o edema dos vasos linfáticos.
Principais sinais de má circulação
Independente de ter origem venosa, arterial ou linfática, a má circulação gera sintomas que parecem banais, mas merecem atenção. Coincidentemente, a maior parte deles se concentra nas pernas.
Os principais sinais de má circulação são:
O que fazer?
Ao notar associação de alguns dos sintomas, é essencial buscar ajuda médica o quanto, pois ignorar sintomas de problemas circulatórios pode aumentar a chance de complicações como AVC e embolia pulmonar.
Segundo a cirurgiã vascular Cristiane Gomes, membro da SBACV do Rio de Janeiro, é indicado buscar auxílio de um especialista antes de partir para medidas alternativas, como meia elástica, e reservar períodos para ficar com as pernas elevadas.
"Adotar ações sem ter o prévio conhecimento do assunto pode ser ruim. Por exemplo, a meia de compressão é boa para problemas de circulação venosa e linfática, mas não para a arterial. Assim, só um especialista saberá recomendar o que deve ser feito", ressalta.
Fonte: Alfenas Hoje Saúde